Miriam Bevilacqua
Literatura, Comunicação,Educação
A COR DOS VERMES
Leio sobre o caso de racismo do jogador brasileiro Vini Júnior na Espanha e meu estômago se embrulha. Racismo é odioso, imperdoável! E me pergunto como pessoas podem ser tão ignorantes e se acharem melhores porque têm um tom de pele mais claro.
Em pleno século XXI, como ainda há gente tão estúpida? Fico imaginando o que será que esses racistas pensam?
Enfim, busco respostas.
No século XVI, os brancos ricos acharem que os negros não tinham alma e podiam ser escravizados já era um absurdo. Hoje, achar que um negro tem um cérebro menor ou órgãos do corpo diferentes de um branco, ou imaginar que não são tão inteligentes ou capazes, é assinar um atestado de burrice.
Negros brilham em todas as áreas. Na música, na literatura, nos esportes, nas artes, na ciência, na economia... Se dermos condições iguais para todos, principalmente, em educação e campos de trabalho, em poucos anos, teremos uma sociedade praticamente equilibrada.
Então, o que será que incomoda tanto essas pessoas?
Parece que encontrei a resposta.
Saber que aquela pessoa negra, que ele tanto julgou inferior, possa ser imensamente mais inteligente, talentosa, rica, enfim, ser tudo que ele “tão branco” não conseguiu, ativa seu recalque, o complexo de inferioridade, que ele expressa em demonstrações de racismo.
Pobre homem branco que se esquece, inclusive, de que, se macacos são negros, a maioria dos vermes é branca.
SP 23/05/23