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A TESTEMUNHA OCULAR DO CRIME

        Livro policial é sempre um gênero que nunca é muito denso, e que nos prende nos fazendo tentar adivinhar quem é o assassino. Eu aprendi a gostar de literatura lendo a obra de Agatha Christie quando era adolescente. E agora, eu tenho um prazer enorme em ler ou reler algum livro seu. Afinal, a escritora inglesa, deixou mais de 80 livros.  

          Aqui no site, você encontra a resenha de seu livro mais vendido chamado O Caso dos Dez Negrinhos, mas que também é conhecido com outro título E não sobrou nenhum. E no nosso canal no Youtube, o Bilbion, também há um vídeo com a biografia da escritora na seção Quem Foi, com as principais características da sua escrita. 

          O livro de hoje é A Testemunha Ocular do Crime e como todo livro da dama do crime, como era conhecida a escritora inglesa, há um elemento original. Nesse caso, a trama, ou melhor dizendo, o assassinato se passa em um trem em movimento. E quando ele cruza com outro trem, também em movimento, uma senhora do outro trem vê pela janela, uma mulher sendo estrangulada por um homem que está de costas, ou seja, ela não viu o assassino.

          Claro que essa senhora avisou a polícia sobre o que viu. Os policiais deram buscas, mas não encontraram nada.  E aí está o mistério original de Agatha Christie, o que é o diferente nessa história: simplesmente não há cadáver. Por incrível que pareça, o tal trem do assassinato, logo depois parou na estação e o trem estava completamente em ordem. A polícia fez busca em toda linha dos trilhos, pois o cadáver poderia ter sido jogado pra fora do trem, mas, mesmo assim, não conseguiu localizar um corpo.

          Provavelmente, o assassinato cairia no esquecimento se essa senhora chamada Elspeth não estivesse justamente no trem indo para a casa de sua amiga, uma outra senhora muito famosa nos romances da escritora, a Jane Marple, uma octogenária muito simpática que, entre bules de chá e licores caseiros, se tornou uma das principais personagens detetives, junto com o famoso Hercule Poirot.

          Miss Marple foi inspirada na avó da escritora. E o que a tornava uma detetive tão boa, era que a experiente senhora sabia que os seres humanos são sempre muito parecidos e ela gostava muito de observá-los, perceber como as pessoas agem e reagem frente aos fatos. Isso lhe garantia um olhar apurado nas investigações.

         Quando Esperth contou sobre o assassinato à amiga, imediatamente Miss Marple resolveu investigar, porque ela conhecia Esperth e sabia que sua velha amiga não poderia ter inventado toda a história.

          É um livro fácil de ler, mas, como em toda obra de Agatha Christie, não é tão fácil resolver o mistério, pois há sempre muitos prováveis assassinos. Assim, nós leitores somos obrigados a tentar adivinhar antes que ela resolva nos contar, o que somente costuma acontecer nas últimas páginas. Aliás, essa é a principal marca de sua narrativa. Ela sempre constrói um labirinto bastante complexo, com muitas portas falsas para confundir o leitor, o que faz o sucesso dos seus livros há décadas.

       

Vídeo-resenha: https://www.youtube.com/watch?v=pCp7M1DJ1nc

FICHA TÉCNICA

Título Original – 4.50 From Paddington

Edição Original – 1957

Edição utilizada nessa resenha: 1984

Editora - Círculo do Livro

Páginas: 256

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