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LIVROS

        Em pleno carnaval, eu faço aquilo que gosto, leio. As pessoas estranham, acham um exagero, mas eu sorrio feliz. Adoro carnaval para ver a alegria dos outros, mas a minha alegria não está nas fantasias, mas nas letras.

          Alguém me pergunta quantos livros eu leio por ano?

          Faço uma conta rápida de cabeça e respondo perto de 100.

          A pessoa posta um sorrisinho no canto da boca e eu percebo que ela não acredita em mim de jeito nenhum. Tenho preguiça de explicar, mas ela insiste, duvidando. Ela me conhece muito bem e sabe que agora se tornou uma questão de honra.

      Ora, digo aborrecida, se o ano tem 52 semanas e eu posto uma resenha por semana no meu canal, só aí já são 52 livros. Além disso, tenho como critério jamais falar sobre livro ruim, porque parece que eu estou fazendo meus seguidores perderem tempo me ouvindo. Entretanto, eu os leio. Como saberia que são ruins se não os lesse? Por ano, devo ler uns vinte livros que dá vontade de jogar pela janela. O último foi Mulheres Apaixonadas de D.H. Lawrence. Eta livro chato!!

          Depois, se estou lendo um clássico não posso analisar o valor dele dentro da obra do autor, se não conhecer outros volumes do escritor, então leio, ou releio e estudo outros livros, mas não posto. Anoto e deixo para um futuro.

         Há os livros de referência:  história, literatura, filosofia e por aí vai. Fundamentais para não falar bobagem e entender o contexto em que aquela história foi escrita.

       Há livros que leio e que não quero postar, não porque sejam ruins, mas, pelo contrário, são bons demais. Até hoje não criei coragem para falar sobre Grande Sertão: Veredas. Sempre me pergunto como fazer uma análise de apenas trinta minutos para o youtube, se fiz uma disciplina de cinco meses só sobre Grande Sertão no doutorado. Não me acho capaz. Não tenho esse poder de síntese.

      Tem também os livros de cabeceira. Uns cinco ou seis livros de poemas e crônicas, que leio e releio indefinidamente. São meus companheiros por meses e, sempre que um vai embora, outro chega para ocupar o seu lugar.

        Somou? São muitos livros. Livros são meu vício. Leio quando estou triste, quando estou com raiva, quando estou feliz. Leio até para conseguir dormir no meio de uma insônia que me assombra a madrugada. Sou a mistura de muitas histórias. Eu não seria quem sou sem os livros que eu li. Simples assim!

SP 04/03/25

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