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          O ELEFANTE DESAPARECE

 

          O Elefante Desaparece é um livro de contos do escritor japonês Haruki Murakami, conhecido por seus romances mais famosos como a trilogia 1Q84, uma referência a 1984 de George Orwell, Norwegian Wood, e Crônica do Pássaro de Corda. O Elefante Desaparece com narrativas curtas é uma boa introdução à sua obra.

          Murakami, atualmente um dos mais importantes escritores do Japão, morou muitos anos nos Estados Unidos e Europa e faz uma escrita com muitas referências ocidentais, uma escrita muito mais globalizada do que propriamente japonesa.

          Antes de se tornar escritor, ele teve um bar de jazz em Tokio por sete anos, quando nem pensava em se tornar um escritor,  o que faz com que a música sempre esteja presente em suas histórias. Aliás, música e gatos, são suas duas paixões.

          Não creio que seja fácil classificar O Elefante Desaparece em um único gênero literário. Há alguns contos que são completamente nonsense, outros, excelentes exemplos de literatura fantástica e ainda outros como O Último gramado do entardecer que não é nem uma coisa nem outra, mas uma história aparentemente comum, uma oportunidade para Murakami mesclar sentimentos de perda com algo tão prosaico como cortar grama.

          Nesse conto e em alguns outros, é comum perceber o escritor se colocando de forma muito clara, como no trecho abaixo a respeito de sua narrativa:

“A memória é como a ficção ou a ficção é como a memória. Desde que comecei a escrever romances, percebo e sinto profundamente essa via de mão dupla. A memória é como um tipo de romance, ou vice-versa. Por mais que você se esforce para conduzir a escrita de forma organizada, o contexto vai para um lado, vem para outro e, de tantas idas e vindas, ele acaba se perdendo. É como amontoar vários gatinhos.”

          São ao todo dezessete contos. É justamente o último que dá título ao livro e que, ao meu ver, está colocado propositalmente no final para dar fecho a todas as outras histórias e nos levar a pensar que elefante é esse que desaparece.

          Um dos meus preferidos é O Anão Dançarino em que Murakami trabalha com o simbolismo de ter um anão dentro de si que lhe faz dançar divinamente, mas que, a qualquer momento, pode tomar o seu corpo para sempre.

Vídeo-resenha: https://youtu.be/WhV-vPRtdeU

FICHA TÉCNICA

Título Original: Zõ no shõmetsu

Edição Original: 2009

Edição utilizada nessa resenha: 2018
Editora Alfaguara – Rio de Janeiro
Número de Páginas: 302

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