Miriam Bevilacqua
Literatura, Comunicação,Educação
O NOME DA ROSA
Escrito pelo professor e escritor italiano Umberto Eco e lançado em 1980, o romance O nome da Rosa fez e continua fazendo sucesso mundial.
A história se passa por volta de 1300, época da inquisição, em uma abadia, na Itália, onde estão ocorrendo mortes inesperadas. O momento dessas mortes não poderia ser pior, já que a abadia vai sediar uma reunião entre dois grupos rivais da igreja. De um lado, estão os franciscanos e aqueles que acreditavam que a igreja deveria ser desprovida de qualquer bem material como foi Jesus Cristo, grupo este apoiado pelo imperador Ludovico. E do outro lado, os que repudiavam essa ideia, ambicionando bens e poder e liderados pelo papa francês João XXII.
A narrativa começa com a chegada do frei franciscano Guilherme de Barkeville à abadia italiana na companhia de seu discípulo e escrivão, um jovem noviço beneditino chamado Adso, e será esse noviço que vai narrar todos os acontecimentos. A abadia era uma construção antiga, localizada no alto de um monte e bastante fortificada. Possuía uma das maiores bibliotecas da época, com obras raras. Essa biblioteca é o centro da história. Foi construída com entradas e saídas secretas para evitar que alguns livros circulassem livremente.
Frei Guilherme, alto e magro, era conhecido pela sua inteligência, seu raciocínio rápido e sua capacidade de dedução. Assim, foi com contentamento que o abade lhe recebeu, na esperança de que ele pudesse resolver o mistério da morte ocorrida alguns dias antes de sua chegada e antes que chegassem as delegações para o encontro. O que ninguém esperava era que outras mortes não tardariam a acontecer.
O título O Nome da Rosa era uma expressão da Idade Média e queria dizer o infinito poder das palavras e que no livro está associado ao conhecimento disponível na biblioteca, mesmo que fosse profano e proibido para a grande maioria dos monges.
Em 1986, O Nome da Rosa se tornou filme tendo no papel principal Sean Connery, o que ajudou a tornar o romance ainda mais conhecido.
Como professor de semiótica, Umberto Eco, que morreu em 2016, se utilizou de muitos signos e citações em latim nesse que foi seu primeiro livro publicado. Depois de O nome da Rosa, Eco publicou O Pêndulo de Focaut que também obteve bastante sucesso, mas nenhum de seus outros livros conseguiu a fama de seu romance de estreia. Uma ideia bastante defendida por Eco era que a leitura também é uma atividade criativa e que o leitor é um agente participante ativo da história.
Gosto muito de O Nome da Rosa, mas tenho um senão. Acredito que por ser o primeiro livro de um professor de linguística, claro que é uma linguagem extremamente trabalhada, mas houve um excesso de descrições e de explicações que tornam a leitura em alguns trechos cansativa. Mas o leitor vai compreendendo ao longo do romance que esses trechos são desnecessários ao entendimento da trama.
Vídeo-resenha: https://youtu.be/SEj2EQ0Rqm4
FICHA TÉCNICA
Título Original – Il nome della rosa
Edição Original – 1980
Edição utilizada nessa resenha: 1986
Editora Record – Rio de Janeiro
Páginas: 570