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        UM LUGAR BEM LONGE DAQUI

          Já há algum tempo a autora Delia Owens vem chamando a atenção no meio editorial. Para quem acompanha, semanalmente, a lista dos livros mais vendidos elaborada pelo jornal New York Times, foi fácil notar como seus livros ficavam durante semanas entre os primeiros da lista, com milhões de exemplares vendidos.

         Delia Owens é uma surpresa porque antes de se tornar romancista, ela é uma cientista, formada em zoologia e doutora em comportamento animal. Já tinha experiência como escritora de artigos científicos e de livros sobre seus trabalhos realizados na África, mas Um Lugar bem Longe Daqui é seu primeiro romance, seu livro de estreia na ficção. Publicado em 2018, nos EUA, e no Brasil, em 2019, pela Editora Intrínseca, vai repetindo por aqui o sucesso mundial.

        A história é bastante original. Uma menina chamada Kya Clark mora com sua família em condições bastante precárias em um brejo na Carolina do Sul. Em virtude do alcoolismo do pai e das constantes brigas dele com a mãe e com seus irmãos mais velhos, todos abandonam a casa e vão cuidar da própria vida. Em um determinado momento, até o pai desaparece e Kia fica completamente sozinha, sem dinheiro, aos seis anos de idade.

         Com medo de ser recolhida pelos órgãos de assistência, Kya tenta se virar sem ajuda de ninguém. É nessa luta diária, sem saber ler, contando com seus parcos conhecimentos de sobrevivência no brejo, que a menina cresce. A história se passa nas décadas de 50 e 60 e, como tudo que as pessoas não conhecem muito bem, e sem o aceso à informação que temos hoje, cria-se em torno dela uma série de histórias de mistério e, aos poucos, ela vai se tornar conhecida no lugarejo próximo, como A menina do Brejo. 

          Aliás, o brejo é, praticamente, um personagem da história. Logo no início, a autora faz a diferenciação de brejo e pântano. Na reconstrução literária do brejo é que é possível obsevar a cientista Delia Owens.  Seu conhecimento minucioso da flora e fauna, características de um pântano e de um brejo, devem ter lhe valido horas de pesquisa e são perceptíveis na leitura.

        Kya tem um único amigo, Tate, que era amigo de seu irmão Jodie, e por isso, Tate, sendo mais velho, tenta protegê-la, desde que a encontra um dia, sozinha e perdida em sua canoa, e fica impressionado como ela parecia tão pequena na imensidão do brejo. Mas nem ele será capaz de impedir que Kya seja acusada de assassinato e vá a julgamento.

         É uma história em que a gente torce muito pela personagem principal, primeiro porque é uma criança depois porque é uma pessoa boa, até ingênua e depois porque ela enfrenta todas as adversidades possíveis.

         É um livro envolvente, fácil de ler e que conta uma história diferente com elementos de romance policial que sempre nos faz ficar presos à leitura para saber quem é o assassino. Fica fácil entender porque se tornou esse sucesso editorial.

Vídeo-resenha: https://www.youtube.com/watch?v=U1VkXPdrWYQ&t

FICHA TÉCNICA

Título Original – Where the Crawdads Sing

Edição Original – 2018

Edição utilizada nessa resenha – 2019

Editora – Intrínseca – Rio de Janeiro

Número de páginas – 333

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